AÇÃO EVANGELIZADORA ENTRE OS SURDOS DE LONDRINA
IRMÃS DA PEQUENA MISSÃO PARA SURDOS
“O nosso apostolado especifico: levar a Boa Nova aos surdos.
Jesus, único verdadeiro missionário do Pai, nos escolheu para permanecermos com Ele e para enviar-nos a anunciar o Reino[1] aos nossos irmãos e irmãs surdos. Acolhemos, portanto com disponibilidade, humildade e gratidão esta nossa missão que nos pede de consagrar a esta finalidade nossa inteligência, nossas forças, nossa atividade, em uma palavra, toda nós mesmas por puro amor de Deus, com aquele amor e ternura materna que Deus infundiu no coração da mulher.” [2]
Com grande espanto, recebi a notícia de que era a fundadora da Pastoral dos Surdos em Londrina. Nunca pensei neste fato. Explico-me:
A Pequena Missão no início dos anos 90 me transferiu para Londrina como responsável pela comunidade das irmãs A primeira solicitação de Ir. Júlia e Ir. Silvana foi “Bom que você vai a Londrina. Cuide dos surdos, reúna-os, eles só estão tendo a Missa aos sábado.” Isto foi mais um chamado em minha vida!
Chegando a Londrina, encontrei uma comunidade disposta a trabalhar e juntas, (as Irmãs da Pequena Missão) abraçaram as alegrias e as conseqüências de impulsionar a ação evangelizadora. Participamos do encontro nacional da Pastoral dos Surdos no Rio de Janeiro e a partir deste evento motivamos o casal surdo, Roberto Alves e Helaine Cristina para conosco organizarem a Pastoral dos Surdos e assumirem em primeira pessoa este mandato missionário, como coordenadores e agentes da Pastoral dos Surdos, colocando a serviço de Deus o dom, a sensibilidade, a inteligência que receberam Dele.
Ninguém faz nada sozinho, se assumi este apelo missionário é porque outros se fizeram companheiros de caminhada, assim como Jesus aos discípulos de Emaús. Quero lembrar as irmãs que trabalharam para construir a Pastoral dos Surdos em Londrina: Ir. Júlia no seu serviço humilde, disponível e acolhedor entre os surdos, distribuindo a comunhão, preparando a capela para as celebrações, abrindo a porta e dando sempre uma boa palavra aos surdos que lotavam a nossa casa durante os encontros e fora dele; a Ir. Dalva, sempre doce, acolhedora, materna, sensata, prudente, oferecendo seu serviço sem medir cansaço; a Ir. Silvana, que veio várias vezes de Cascavel para dar palestra e mesmo longe apoiava e sugeria ações; a Ir. Regina que embora sobrecarregada com os afazeres da escola e da faculdade sempre dava um jeitinho para estar entre os surdos com a sua presença discreta e orante, alertando-nos quando ocorria algum caso entre os surdos que necessitava de súbita intervenção; as irmãs da Itália, que na pessoa de madre Vincenza oravam por nós e enviavam para a missão de Londrina o apoio econômico para sustentarmos o trabalho evangelizador.
Como missionárias e discípulas de Cristo, não temos morada fixa, com nossas transferências outras irmãs assumem a missão, apoiando, incentivando e contribuindo com o trabalho para fortalecer a Pastoral, assim nos lembramos da Ir. Luciene “guerreira”, com ela "não tinha tempo quente”. Vocês se lembram! Ela assumia mesmo a missão e ia onde era necessária a presença das Irmãs da Pequena Missão, interpretando, aconselhando, atendendo.
Lembramo-nos também, das Irs. Ascenção e Alzira, que nos seus anos de coordenação da comunidade continuaram incentivando e apoiando as ações da Pastoral dos Surdos de um modo silencioso e competente e todos os leigos nossos amigos, que até hoje, não medem esforços e dividem o tempo entre trabalho/ família para que o Reino se faça presente no meio dos surdos e conosco compartilham o carisma da Pequena Missão. Agradecemos as demais irmãs, aspirantes e noviças que passaram pela Pequena Missão, contribuindo de uma forma ou outra para enriquecer a Pastoral. Uma lembrança particular ao padre Salvador, pelo seu trabalho missionário entre os surdos nas regiões do Brasil, a abertura e a formação do seminário dos Padres da Pequena Missão, na busca incessante para que o “Efeta – Abre-te” se faça totalidade entre os surdos. Um agradecimento aos padres João, Delci, Carlos, Nirceu, Layrton, Heriberto, por terem promovido, segundo o carisma dos Padres da Pequena Missão, ações a favor dos Surdos.
A ação evangelizadora se faz pelo trabalho da Igreja, onde há espaço para todos, conforme o carisma e o chamado de cada um na vida sacerdotal, leiga e religiosa. O importante é não sermos omissões e colocarmos a serviço o que de graça recebemos do Senhor. Este é o espaço que nos foi concedido para valorizarmos a contribuição de cada um, que desde o início ao momento presente se empenham para que Jesus seja amado e conhecido e os surdos possam viver para a honra, louvor e glória de Deus.
Que o Senhor abençoe a todos pelo trabalho constante, humilde e silencioso a favor do Reino de Deus entre os Surdos. Força e coragem na caminhada.
“Avante missionários (as)!”
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